O que é o tempo?
Desde os primeiros pensadores, talvez os gregos ou mesmo antes deles, o conceito de tempo já era motivo de grande debate. Talvez Parmenides (530 - 460 a.C.) tenha sido um dos primeiros a estabelecer um conceito de tempo, ao menos que temos registro. Este texto tem o objetivo de explicitar as diferenças existentes entre o conceito de tempo na mecânica quântica e nas teorias da relatividade especial e geral. Primeiramente, como o tempo é visto na mecânica Newtoniana?
Apesar de ter levado muito tempo até que o conceito de tempo obtivesse algum consenso, o tempo na mecânica Newtoniana (clássica) é visto basicamente como um parâmetro independente do sistema. Assim, o tempo não tem nenhuma relação com as características do sistema, nem tão pouco com a localidade do sistema no espaço-tempo. Ele é basicamente um cronômetro, usado para ordenar os eventos que ocorrem em um dado sistema.
Quando vamos para os mundo quântico, ou seja, quando vamos para fenômenos atômicos e sub-atômicos, quando tentamos descrever os pilares fundamentais da matéria, então devemos usar a mecânica quântica. Por algum motivo, a mecânica quântica trata o tempo exatamente como na mecânica clássica, mesmo sendo a teoria em si totalmente diferente da mecânica Newtoniana. O tempo ainda continua funcionando como um parâmetro independente do sistema, mesmo que a estrutura matemática de como evoluir temporalmente um sistema quântico seja diferente. O conceito é o mesmo.
A coisa muda drasticamente quando vamos para os fenômenos em que as teorias da relatividade especial e geral devem ser utilizadas para descrever a natureza. Neste cenário, duas coisas marcam a diferença entre o tempo da mecânica clássica e quântica e o tempo na teoria da relatividade: O tempo, ou seja, o tempo medido por um observador de um dado sistema, passa a depender da velocidade relativa entre o observador e o sistema observado, e também passa a depender da intensidade do campo gravitacional onde o sistema está localizado.
Se por um lado a teoria da relatividade especial afirma que quanto maior a velocidade relativa entre sistema e observador, menor o intervalo de tempo medido pelo observador;
Por outro a teoria da relatividade geral afirma que quanto maior a intensidade do campo gravitacional na região em que o sistema está localizado, menor o intervalo de tempo medido pelo observador.
Estas implicações mostram que o tempo na relatividade não é mais um parâmentro independente mas depende das características do sistema e da região do espaço- tempo em que ele está localizado. Uma das implicações disso é o paradoxo dos gêmeos. Por outro lado, está diferença de tempo já foi medida em muitos experimentos e parece de fato ser uma características inerente da natureza.
O que devemos fazer?
Nós observamos a natureza e tentamos descrever os fenômenos existentes. Não tentamos, nem conseguiremos, mudar o modo de agir da natureza. Nos resta compreender estas diferenças conceituais e a colocarmos em nossas teorias, para realizarmos uma melhor descrição dos eventos.
Abaixo há uma boa referência sobre a discussão do tempo ao longo da humanidade.
Abraços.
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